Eu mediador (a) – Mediação e formação de leitores

“A mediação da leitura se torna um gesto ao mesmo tempo poético e político”, diz Felipe Munita quase ao final de Eu, mediador(a), sintetizando, assim, um posicionamento de alto compromisso discursivo e militante em relação ao objeto de análise. Ambos os gestos que atravessam a obra – o poético e o político – se caracterizam, tanto na teoria como na prática, pela vontade de transformar, influenciar e intervir com o objetivo de problematizar práticas e representações, sacudir determinados status quo, neste caso em relação ao campo da didática da leitura e das práticas agrupadas na chamada “promoção da leitura” em diversos contextos, tanto escolares como para além dos muros da escola.

A ideia de contribuir com a identidade profissional daqueles que mediam a leitura encontra neste livro propostas que têm como foco os contextos escolares e, em especial, as pessoas que ensinam e são responsáveis por bibliotecas como figuras-chave dos centro educativos. Assumir a responsabilidade educativa ao fim de desafios, conforme este livro propõe, implica pensar como fortalecer e refletir, em diversos espaços de formação docente, os conteúdos disciplinares e didáticos referentes às estratégias de intervenção daqueles que exercem a docência como mediadores culturais.

Em consonância com a perspectiva a favor da diversidade, Munita demonstra, a partir de exemplos concretos, que quando toda uma escola se envolve na leitura, quando um assunto é coletivo e não força de vontade e talento de poucas pessoas ou entusiasmo passageiro, é possível manter um fecundo projeto institucional de leitura, criativo e democrático, que se sustenta com o tempo.

Cecília Bajour

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