Caderno Emília nº 4, 2020

Entrevista com Neide Almeida e com Catarina Sobral. Textos de Ana Paula Campos, Anita Prades, Neide Almeida, Dolores Prades, Rafael Domingos de Oliveira, Rodrigo Lacerda, Graciela Montes e Sara Bertrand. Conto inédito de Neide Almeida. Ilustrações de María Luque.

Nunca, como nestes tempos difíceis e para muitos inimagináveis, a reflexão crítica foi tão necessária. Por um lado, para manter a lucidez, por outro, para responder à perplexidade crescente diante da negação sistemática da realidade e da vida humana em nome da manutenção de uma “normalidade econômica”.

Normalidade que foi pelo ralo e que, sem mexer na sua estrutura, voltará acirrando desigualdades e radicalizando obscurantismos. Assustador e desafiador para todas e todos aqueles que saindo dos seus lugares de conforto se arriscarem a olhar em frente.

A vocação primeira da Emília sempre foi a de produzir conhecimento, compartilhar reflexões e construir redes, de modo a contribuir com a formação de leitores capazes de construir um mundo mais igualitário e justo. Esta pandemia transforma nossa vocação em urgência e confirma a necessidade vital de entender o mundo em que vivemos. Isto é, revisar práticas e teorias que nos instrumentalizem a enfrentar um mundo que, certamente, não será melhor e a aproveitar as novas brechas que, no acirramento das contradições, se abrem.

Mais do que nunca, reconhecemos a importância de nosso trabalho, este ano colhendo os frutos de 10 anos tecendo redes sólidas e fraternas. Este Caderno abre com Ana Paula Campos entrevistando uma das mais importantes ilustradoras contemporâneas, Catarina Sobral, que fala de suas mais recentes criações com livros informativos e sua entrada nas artes cênicas.

Os homenageados desta edição: a escritora e poeta Neide Almeida, também socióloga de quem publicamos nesta edição o artigo “Negras palavras em nós: reflexões sobre literatura”. E María Luque ilustradora argentina, cronista e criadora de cotidianos. A leveza e a forca nas palavras e nos traços de ambas marcam a personalidade deste novo Caderno.

Na gama de convidados, temos Graciela Montes, um dos nomes mais importantes do debate latino americano sobre leitura e literatura, com um artigo que abre para o rico universo de seu léxico e pensamento. O escritor Rodrigo Lacerda em um texto provocador compartilha suas reflexões sobre os efeitos da pandemia na vida e na criação artística, além dos dilemas políticos que enfrentamos nestes dias. E Anita Prades discorre sobre ilustração e arte, ampliando a discussão sobre o papel do álbum ilustrado.

Para fechar, Sara Bertrand, nossa articulista, nos faz pensar, como sempre, e nos surpreende com “Corpo em suspenso” e seu salto no vazio…

Cuidem-se. Fiquem bem. Fiquem em casa.

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