Sou um menino que vê crescer um formigueiro 

A experiência que desenvolveremos neste trabalho faz parte das oficinas culturais oferecidas pela Universidade de San Martín, que funciona no espaço do centro universitário (CUSAM) na Unidade 48 do Complexo Penitenciário San Martín. Embora se trate de uma oficina mista, a maioria dos participantes são homens. Se bem que esse espaço tenha começado como uma oficina de leitura e escrita focada na linguagem da poesia, para o ciclo de 2024 decidimos abordar o trabalho exclusivamente a partir do olhar da infância e produzir materiais que tenham as crianças como destinatárias. 

A partir de uma abordagem baseada na recuperação da capacidade de brincar com as linguagens e as palavras, propomos a oficina como um tempo-espaço que cria um parêntese na experiência totalizante da prisão. Aqui, apresentaremos algumas linhas desse trabalho em desenvolvimento, destacando diferentes cenas da oficina como um espaço de experimentação com a literatura voltada para as infâncias. 

Ao propor uma oficina de literatura infantil para adultos, buscamos promover tanto a produção de materiais do gênero quanto a reflexão em torno de dois eixos: a infância e os produtos culturais a ela destinados. Muitas vezes, esquece-se que a literatura para meninos e meninas é, antes de tudo, literatura, um trabalho com a linguagem.  O campo literário voltado para as crianças costuma ser alvo de enfoques alheios à literatura, verdadeiras “intrusões” (Díaz Ronner, 2001) de outras disciplinas e intencionalidades: o livro como veículo de certos tipos de aprendizagem para a infância, a literatura como dispositivo moralizador para incutir valores nas crianças e “gestionar” emoções. Trabalhar com esses preconceitos é um dos aspectos fundamentais da oficina. 

Um dos desafios que nos propomos é que, além do trabalho estético e com a linguagem que essa literatura implica, trata-se de uma oportunidade para nos fazermos perguntas sobre outros temas, como o conceito de infância(s), os critérios de qualidade literária, a construção do destinatário: O que chamamos de criança? Quem são e como são as crianças? A que criança as histórias falam? É sempre e para todos a mesma criança, o mesmo menino, a mesma menina? 

A partir do trabalho com textos de Graciela Montes e Maite Alvarado tentamos problematizar as concepções dos participantes em torno da infância e da literatura infantil. Após a leitura comentada desses materiais, propusemos que respondessem a duas perguntas: o que é uma criança e o que é a literatura infantil? 

O que é uma criança? 

Ser criança é experimentar o mundo com olhos de assombro, com muita curiosidade, tudo é como um jogo. 

– É ser livre, inocente, aventureiro, criativo, engenhoso

É um ser indefeso com muita imaginação e com uma capacidade de aprender, por isso devemos vigiar o que vai aprendendo para corrigi-lo a tempo. 

– É a etapa onde muitas coisas são fantasia. 

O que é a literatura infantil? 

– É abrir a mente, nos permite imaginar, conhecer, aprender e ver as coisas de outra maneira. 

– É transmitir um ensinamento de forma divertida para cativar a criança. 

– É uma forma adequada de mostrar a realidade moderadamente às crianças. 

– É contar histórias com um pouco de fantasia e realidade, poder guiar a criança a escolher um bom caminho. 

– É um túnel, um escape da realidade. 

Na maioria dessas respostas, aparecem de forma recorrente algumas ideias muito comuns sobre a infância: a inocência, a indefensabilidade (a criança como a “rosa imaculada” de que fala Graciela Montes), mas também o jogo, a curiosidade, o assombro. Por sua vez, a ideia da literatura infantil está associada à necessidade de tutela: ensinar, guiar, instruir, moderar a realidade. E junto a isso, o escape, a fantasia. Voltando a Montes, o cercado da infância: uma realidade tutelada, uma fantasia moderada. 

Como produzir materiais para a infância a partir do encarceramento? Como conectar-se com as inquietações e desejos das crianças quando a própria inquietação e o próprio desejo estão soterrados por uma realidade material que se impõe como preocupação totalizante? 

Nos propusemos a trabalhar com a evocação da própria infância como ponto de partida para tentar uma espécie de regresso necessário ao vínculo inicial com as palavras, a esse olhar de estranhamento sobre o mundo, próprio da infância. Através de textos disparadores e propostas de escrita, convidamos os participantes da oficina a retornar a esse momento fundador e criador da própria identidade, uma identidade que o encarceramento apaga, soterrando-a sob números de processos, relatórios, expedientes. 

O trabalho a partir de propostas que tomam a memória pessoal como matéria-prima da escrita visa à construção de um novo sentido: por meio da palavra, do discurso, o passado é trazido ao presente, possibilitando uma reconfiguração da própria subjetividade que se liberta ao escrever. Assim, rememorar, escrever lembranças foi uma das propostas de vários encontros da oficina, a partir da leitura de diferentes materiais literários. Desse trabalho surgem as produções que compartilhamos a seguir. 

“No canto do pátio da minha casa, em um buraco cavado na terra não tão profundo, vejo meu eu de criança brincando com a bola, quebrando as plantas sagradas da minha mãe.” 

“Se eu cavasse um buraco no pátio da minha casa, encontraria minha bicicletinha verde toda enferrujada e descascada, onde passava horas dando voltas por toda a casa.” 

“Se eu cavasse um buraco no pátio da minha casa, cairia junto aos meus vizinhos, meus amigos com quem compartilhávamos o jogo de bolinhas de gude. Tínhamos latas de refrigerante cheias de bolinhas coloridas (…)”

*

“Sou uma criança que joga futebol como um campeão 

Sou uma criança que vê crescer um formigueiro 

Sou uma criança que vê o tempo passar sempre no mesmo lugar 

Sou uma criança que sente o cheiro da comida na cozinha onde está minha mãe 

Sou uma criança que sente alegria ao ouvir o canto dos pássaros.” 

(Trecho de um poema coletivo) 

Essas escritas são fragmentos de memória que emergem das profundezas para a luz do presente, revelando-nos que, como diz Liliana Bodoc:  “Esse tempo é um instante de perfeita felicidade que eu não posso recuperar de outra forma que não seja através da lembrança. Casa por casa, sem pisar nas linhas, a memória pode ser um método de conhecimento, um espaço de cura, uma ferramenta para construir o futuro.” (Bodoc, 2023:27) 

Tomando como ponto de partida esse retorno à própria infância por meio da lembrança, começamos a trabalhar com propostas que nos permitissem recuperar nossa capacidade de brincar com as linguagens e as palavras, convidando-nos a sair da experiência totalizadora da prisão. 

Ao incorporar o jogo, pensamos nele como um mecanismo que derruba barreiras, desativa inibições e potencializa o coletivo, construindo pontes entre o passado e o presente e, acima de tudo, evocando no corpo o material sensível que nos permitiria abordar um processo de escrita tendo as crianças como destinatárias. 

Começamos com propostas que resgatam a oralidade na linguagem, a materialidade sonora, o ritmo e o nonsense na criação de palavras. Jitanjáforas, traduções lúdicas e criativas, adivinhas, trava-línguas, piadas e rimas populares foram a consequência direta de nos deixarmos atravessar pelo jogo literário. 

Primeiro, os participantes vivenciaram cada uma dessas propostas, resgatando do passado os jogos que fizeram e fazem parte de sua memória individual e coletiva, para depois se lançarem à criação. Nossa intenção foi recuperar o jogo como vivência, um ato vital que, como diz Laura Devetach, nos leva a “encontrar, pronunciar e escrever a própria palavra” (2012:36). 

Assim, se lançaram ao uso da língua, da palavra, como um brinquedo. Ou, como diria Maria Elena Walsh, a criar “brinquedos feitos de palavras” (Stapich, 2013:25). Exploraram a linguagem com a atitude das crianças: sem estruturas rígidas, buscando formas de combiná-la, montando, desmontando, reestruturando e ressignificando. 

Por exemplo, a partir do poema de Elsa Bornemann “Cuento sin ton pero con son”1 – no qual predominam as jitanjáforas –, propusemos que fizessem uma tradução baseada na sonoridade das palavras: 

Bajo un campo de uvas / un arbusto se cortaba/ y mientras con siete uvas / don opa lo recortaba

Moraleja: quien se ríe / bajo un campo con rubias / las consecuencias aguante y / no confíe en las rubias.

Em outra ocasião, propusemos inventar palavras a partir da seleção aleatória de palavras fragmentadas em partes. Lemos poemas e textos de autores como Oliverio Girondo, Nicolás Guillén e Julio Cortázar, e surgiram escritas como estas:

-Primero fue oruga, pero no se arruga / después pasó a horiposa / ahora la hora pasa / es mariposa / pero en el mar no posa.

-En la nubeneta me fui a la libería / como no encontré lo que quería / en esa libería / me fui en la nubeneta / hasta llegar a la meta.

Ao longo do desenvolvimento dessas propostas, pudemos ver como o grupo se divertia e entrava na dinâmica. Jogavam e competiam como quando eram crianças, e um ponto valia tudo. Sem explicações nem raciocínios, deixaram-se levar pelo jogo e pela invenção.  Luis Ma. Pescetti afirma que “uma atividade lúdica bem utilizada é uma poderosa ferramenta de mudança. Os jogos são ferramentas da alegria, e a alegria, além de ter valor por si mesma, é também uma ferramenta da liberdade.” (Pescetti, 2018, s/n) 

Gostamos de pensar esse percurso como um gerador de novas disponibilidades para o universo espaço-temporal que o jogo propõe. Gostamos de pensar que contribuímos, como diz Rodari, para expandir seu patrimônio da fantasia (2004). 

No segundo semestre, nos propusemos a começar a produzir materiais com o objetivo de gerar uma publicação da oficina, o primeiro livro produzido no CUSAM destinado às infâncias. Tínhamos em mente várias temáticas disparadoras, sabendo que o que se leva como proposta para a oficina sempre toma caminhos inesperados. E surpreendentes. 

Decidimos começar a trabalhar a partir das cores e da possibilidade de jogo a que elas convidam ao serem pensadas pelo cruzamento de sentidos e percepções:  Que cor tem um som? E um perfume? De que cor são os dias ou os meses? E a alegria, que cor tem? 

Nos interessava encontrar uma forma eficaz de apresentar as diferentes propostas de escrita e, assim, fomos tateando, explorando diferentes maneiras de entrar no tema, buscando fugir do óbvio e ajudando a encontrar recursos originais para escrever sobre cores de um ponto de vista não convencional. 

Gostamos muito do que dizem Andruetto e Lardone sobre o trabalho de escrita na oficina: trata-se de escrever “como um caminho de busca por novos limiares de percepção e comunicação. Exploração de cada um em si mesmo, para se abrir a um mundo que pode ser lido, narrado, compartilhado e modificado. A oficina como uma ruptura da homogeneidade para provocar diferentes vínculos com a palavra.” (2011:34) 

Assim, começamos a trabalhar com constelações de objetos de uma mesma cor.  Como falar de uma cor sem nomeá-la?  Os materiais iniciais desse percurso foram:  Sucedió en colores, de Liliana Bodoc, El libro uruguayo de los colores e Has visto, de Istvansch.  Conversamos sobre as cores, fizemos listas de objetos de diferentes cores… mas foi difícil entrar no jogo. Então, surgiu a ideia de trabalhar com os fenômenos da sinestesia: experimentar outras formas de percepção diante de um estímulo sensorial concreto.  Buscamos associar cores à percepção de um som, uma sensação tátil ou um sabor. Para atingir esse objetivo, criamos diferentes experiências sensoriais usando sons de objetos, músicas, cheiros, texturas e sabores.  À medida que ouviam os sons, provavam os sabores, cheiravam perfumes de especiarias ou ervas e tocavam diferentes texturas com os olhos fechados, pedíamos que associassem o que tinham percebido com alguma cor. 

A primeira coisa que um dos participantes disse ao iniciar essa experiência foi:  “Olha só as coisas que estão nos fazendo fazer!”.  Aqui está o resultado do que eles fizeram: 

Um som celeste como uma cachoeira

Uma cor rosa suave como o cachecol da minha mãe 

Um som transparente como a água da chuva 

Um cheiro cinza como o guarda-roupa de uma pessoa idosa 

Um som branco como uma perda em um hospital 

Um cheiro amarelo como o macarrão que minha mãe colocava na panela para o ensopado 

Um som verde como ruínas em um bosque

Um verde pegajoso como o lodo de uma vala 

Um som rosa e branco como um bebê 

Um sabor marrom como os esquilos do meu jardim 

Um som de céu rosado, anunciando uma tempestade 

Um cheiro preto como um chá de ervas 

Um som cinza como um cristal que se quebra 

Branco e macio como a massa de pão caseiro que minha avó fazia 

Um sabor doce e laranja como o avental da escola infantil da minha infância 

Um perfume sutil como uma rosa vermelha 

Um som violeta como um carnaval 

Suave e azul como as ondas do mar nos pés    

Como aponta o poeta Kenneth Koch, “uma vez que a linguagem existe, também existe o impulso de brincar com ela, assim como o desejo de dizer mais do que se pode dizer ao usá-la de forma ordinária.” (2023:174) 

O segundo passo foi retornar às listas de coisas de uma cor, tomando cada uma ou algumas das linhas escritas a partir da experiência sensorial. E brincar com as comparações. Nessa etapa, a escrita foi um processo verdadeiramente coletivo, pensamos que, em vez de pedir a cada autor dessas linhas que escrevesse individualmente, seria mais produtivo construir o texto juntos.  Assim, a oficina se tornou uma efervescência de palavras cruzando de um lado para o outro da mesa onde estávamos sentados, enquanto uma de nós anotava. Compartilhamos dois dos textos que surgiram a partir da lista anterior:

UM CHEIRO PRETO COMO UM CHÁ DE ERVAS 

a noite                                           o petróleo                         um café 

um tornado                   um terno                                          sapatos 

uns olhos                                       o cabelo                             uma orca 

o fundo do oceano                      as rodas de um carro     uma berinjela 

óculos de sol                  um machucado no dedo                             chocolate amargo 

um escaravelho                           a capa do Zorro 

Um chá é tão preto quanto um céu sem lua e sem estrelas. 

Como cheira a cor preta? 

Na escuridão da noite, me vejo refletido em uma xícara de café. 

UM SOM DE CÉU ROSADO, ANUNCIANDO UMA TEMPESTADE 

uma flor                          | a canção de Sandro    | a língua 

uma aquarela                              | o nariz de um gato                     | uma cerca viva 

um porquinho                              | um batom                                     | um iogurte de morango 

uma toranja                                                | o presunto       | um ratinho bebê 

Um céu é tão rosa quano o beijo da minha mãe. 

Como soa a cor rosa? 

O nariz do meu gatinho se mexe ao farejar um ratinho bebê escondido atrás de uma flor. 

Em primeiro lugar, queremos destacar que o formato da escrita foi valorizado por todos, por ser um convite ao jogo e por possibilitar que fosse compartilhado com crianças.  Todos concordaram que essa abordagem estimulava a imaginação e possibilitava a interação com as crianças durante a leitura. Eles próprios começaram a brincar, respondendo às perguntas propostas. 

Se pensamos nas respostas iniciais sobre o que é uma criança e o que é a literatura infantil, percebemos como a perspectiva que tinham sobre a infância mudou.  Na prática, através da escrita lúdica, os participantes incorporaram um conceito diferente de literatura infantil, mais ligado ao jogo e à exploração do que ao “ensino”. Isso também implicou uma nova ideia de leitura: pensar um livro que precise da interação com a criança leitora e desperte sua curiosidade significa pensar em um leitor ativo, um criador da sua própria leitura. 

Por outro lado, em algum momento do processo na oficina, houve uma mudança na maneira como os participantes viam sua própria produção. Houve uma grande diferença entre as primeiras atividades sobre cores e o que apareceu depois na escrita coletiva. No começo, foi muito difícil associar cores a coisas abstratas ou subjetivas: vermelho era um morango, verde era a grama, laranja era uma tangerina.

Após a experiência sensorial, isso mudou: o mau humor podia ser cinza, a luz do dia transparente e o tempo, azul-claro. 

Acreditamos que isso se deve à própria dinâmica que foi sendo produzida na oficina: passamos de mostrar como brincar com as cores para realmente brincar com elas, colocar o corpo, abrir os sentidos, em resumo, experimentar em si mesmo, como mencionava Andruetto acima: “exploração de cada um em si mesmo, para abrir-se a um mundo que pode ser lido, narrado, compartilhado e modificado.”

Além disso, a experiência da escrita coletiva foi muito enriquecedora: até os mais calados, ou aqueles que tinham mais dificuldade em se soltar para brincar, se envolveram a partir do estímulo que foi ouvir seus companheiros.  Criou-se um espaço onde não estava certo ou errado esta ou aquela associação sensorial, mas onde se apropriavam da dimensão subjetiva da percepção, o que ampliou a participação e a criação. Nesses textos que compartilhamos, há palavras de todXs. 

Por fim, não queremos deixar de lembrar que tudo isso que contamos aconteceu dentro de uma prisão: conseguimos criar um parêntese no tempo e no espaço, proporcionado pela literatura, pelo jogo e pela arte.  Não havia processos, nem juízes, nem cadeados:  fomos – e somos – um grupo de pessoas lendo, brincando, lembrando e escrevendo. 

Parafraseando Graciela Montes, abrimos uma porta, encontramos uma ocasião, um lugar e um tempo propícios: “Todo aquele que brinca, todo aquele que já brincou, sabe que, quando se brinca, se está em outro lugar. Se atravessa uma fronteira.” (2001:34)

Tradução: Dolores Prades

Participantes das oficinas e autores dos textos: Daniel Zarantonelli, Roberto Mejías Díaz, Javier Tevez, Matías Casco, Daniel Pérez, Jorge Borea Balbuena, Iván Grossembacherr, Camila Scaltritti, Ángel Pelozo, Matías Cabanay, Juan Ignacio Correa, Joaquín Ponce, Lucas Vargas e Pablo Guiraldez.

Bibliografia

AA.VV. (2015) El libro Uruguayo de los colores. Uruguai: Topito Ediciones.

Alvarado, M. (2021) Escritura e invención en la escuela. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica.  __________,e H. Guido (orgs.) (1993) Incluso los niños. Apuntes para una estética de la infancia. Buenos Aires: La Marca Editora. 

Andruetto, M. T. e L. Lardone (2011) El taller de escritura creativa. Córdoba: Ed. Comunicarte. 

Bodoc, L. (2004) Sucedió en colores. Colômbia: Grupo Editorial Norma. 

________ (2023) Los confines de la palabra. Buenos Aires: Edición Los Confines. 

Devetach, Laura (2012) Oficio de palabrera. Literatura para chicos y vida cotidiana. Córdoba: Comunicarte. 

Díaz Rönner, M. A. (2001) Cara y cruz de la literatura infantil. Buenos Aires: Lugar Editorial. 

Istvansch (2006) ¿Has visto? Buenos Aires: Ediciones del Eclipse. 

Koch, K. (2023) Una hormiga es el principio de un nuevo universo. Leer y escribir poesía con niños y niñas. Buenos Aires: Zindo & Gafuri. 

Montes, G. (2001) La frontera indómita. En torno a la construcción y defensa del espacio poético. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica. 

_________ (2018) El corral de la infancia. Nova edição, revisada e ampliada. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica. 

Pescetti, Luis (2018) “El verdadero papel del juego”. In: Una que sepamos todos, Buenos Aires: Siglo XXI Editores. Recuperado de: [https://www.luispescetti.com/ensayos/el-verdadero-papel-del-juego/](https://www.luispescetti.com/ensayos/el-verdadero-papel-del-juego/) 

Rodari, Gianni (2004) “La imaginación en la literatura infantil”. Revista Imaginaria. Recuperado de: [https://www.imaginaria.com.ar/12/5/rodari2.htm](https://www.imaginaria.com.ar/12/5/rodari2.htm) 

Stapich, Elena, “María Elena Walsh y el idioma secreto de la infancia” in Para tejer el Nido, poéticas de autor en la literatura argentina para niños, Ed. Comunicarte, 2013. 


Nota:

  1. Bajo un calpo de ligubias/un crosepo se trimaba/ y -mientras- con siete mubias,/don Blopa lo remalaba./Tanto y tanto se trimó/tal crosepo enjalefado,/que don Blopa lo irimó,/creyéndolo oxipitado./Moraleja: “Quien se trime/bajo un calpo de ligubias,/las consecuencias estime/y no confíe en las mubias”. ↩︎

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Autores

  • Laura Ares

    Professora e formada em Ciências Antropológicas pela Universidade de Buenos Aires. Docente da Universidade Nacional das Artes e do CUSAM, centro universitário da Universidade Nacional de San Martín, localizado no complexo penitenciário dessa localidade, na província de Buenos Aires. Lá, co-coordena dois workshops de leitura e escrita com mulheres e homens privados de liberdade. Faz parte do programa de extensão universitária do curso de Letras da Universidade Nacional de San Martín, intitulado “Potências da invenção para habitar o encarceramento”. Trabalhou no Programa Avós de Conto* (San Isidro, província de Buenos Aires), capacitando idosos na área de mediação de leitura e coordenando experiências de narração e leitura em voz alta* em escolas de educação infantil e ensino fundamental.

  • Vanina Benítez

    Nasceu em Caseros, província de Buenos Aires, em 1984. É professora de Ensino Médio e Superior em Ciências da Comunicação Social (UBA), diplomada em estudos avançados em Literatura Infantil e Juvenil (UNSAM), formadora de professores e mediadora de leitura. Atualmente, atua como docente e coordena os workshops de leitura e escrita “La lengua desatada” e “Rayo luminoso”* nas unidades nº 47 e 48 do complexo penitenciário San Martín. Em 2020*, publicou "Niña de Viento y Tierra" pela Ediciones En Danza, e em 2023, lançou seu segundo livro de poemas, "Promeseras".

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