Semeando palavras, colhendo livros

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A literatura nos oferece três espaços: casa, colo e quilombo. Colo é lugar onde a gente recebe calor, ouve a batida de um outro coração bem perto do nosso; casa é espaço de afeto, de confiança, onde estamos com as pessoas que a gente conta; e quilombo é a casa que queremos construir para mais gente.
Bel Santos Mayer

Essa noite eu tive um sonho
Acordei muito contente
Sonhei que recebia esse livro de presente
Para mim, é uma alegria
Para mim, é uma grande emoção
Ver nossas crianças nesse livro
Para mim, é uma satisfação
Obrigada a todo o coletivo

Iara Vaz

Em tempos de devastação, a reafirmação de potências, sonhos, resistências e belezas é um movimento vital 1Título inspirado em frase de João Carrascoza, compartilhada durante o evento de lançamento do livro Nascidos para ler no melhor lugar para se viver.. O projeto Nascidos para ler no melhor lugar para se viver,desenvolvido no seio do território de Parelheiros, no extremo sul da cidade de São Paulo, é uma dessas ações que reacendem a esperança e nos devolvem a capacidade de reconstruir sentidos diante da barbárie que nos assola. “Uma experiência de ‘desadoecimento’”, conforme a palavra cunhada pela participante Isamara Graça Cyrino de Gouvêa em um dos diversos encontros virtuais realizados no decorrer do projeto, neologismo que expressou com precisão a força que a iniciativa carrega.

Nascidos para ler no melhor lugar para se viver é um sonho que se concretizou por meio da parceria entre o Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário – Ibeac e o Instituto Emília, com apoio do Itaú Social. Desde 2008 atuando em Parelheiros, o Ibeac vem estruturando um conjunto de ações articuladas nas áreas de educação, cultura, saúde e segurança alimentar voltadas à primeira infância. Um “time” de mães mobilizadoras, jovens mediadores/as de leitura, agentes comunitários, profissionais da saúde e educadores/as buscam, em parceria com o Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento –  CPCD (http://www.cpcd.org.br/), fazer de Parelheiros um Centro de Excelência em Primeira Infância, que proporciona o acesso ao livro e à leitura do cemitério (Biblioteca Comunitária Caminhos da Leitura) à maternidade (Casa do Meio do Caminho).

Tendo como inspiração o programa italiano Nati per Leggere, o Ibeac se articulou com o Instituto Emília e sua equipe de especialistas em crítica e edição para a produção coletiva de um livro voltado à primeira infância, com textos e fotografias desenvolvidos por moradores e agentes culturais de Parelheiros e distribuído gratuitamente para cada bebê recém-nascido de Parelheiros. Um presente de Parelheiros para Parelheiros, mas também de Parelheiros para o mundo. O projeto foi cuidadosamente coordenado e mediado por Bel Santos Mayer, coordenadora do Ibeac e co-gestora da Rede LiteraSampa; Valdirene Rocha, mediadora de leitura e gestora de projetos no Ibeac e na Rede LiteraSampa; e Dolores Prades, fundadora e editora do Instituto Emília. A seguir Valdirene, a Val, relata um pouco sobre o florescimento do projeto após a vivência do curso básico sobre “Os benefícios da leitura em família na primeira infância”, conduzido por Juliana Navarro Torres Junqueira em Parelheiros em fevereiro de 2018:

Recebemos a Juliana Junqueira, em uma formação em Parelheiros sobre este projeto na Itália. Nos apaixonamos e vimos uma grande possibilidade de desenvolver um projeto como esse em nosso território, juntando às muitas práticas que já temos desenvolvido nesses mais de 10 anos em Parelheiros. Desenhamos um projeto, pensando em nossas crianças, nosso território e que queríamos um livro com essas carinhas, feito com poesia e foto e por nossa gente. Foi aí que nós, do Ibeac, nos juntamos ao Instituto Emília e Itaú Social e começamos a construir nossa história.

A formação com Juliana Junqueira foi um dos afluentes de um amplo encontro de águas. Dolores Prades, com sua vasta experiência da área da literatura e presença frequente na Feira de Bolonha, teve a oportunidade de se reunir com o pediatra Dr. Giorgio Maria Lodi, fundador do Nati per leggere. Na ocasião, presenteou Bel Santos Mayer com um dos livros do acervo do programa, “A fiori di pelle”, de Chiara Carminatti e Massimiliano Tappari, um título que traz belos textos e fotografias do universo da primeira infância. Em 2019, na Feira do livro de Madrid, essa confluência de rios e sonhos resultou na concepção oficial do projeto, em um encontro entre Bel, Dolores e Vera Lion, aos bons ventos das gestoras do Itaú Social, Angela Dannemann e Dianne Melo.

As coordenadoras realizaram um chamamento para convidar moradores e agentes comunitários de Parelheiros interessados, visando a construção de um processo criativo genuinamente horizontal e coletivo em todas as etapas de produção do livro, desde a sua criação (texto e imagens) até a sua edição final. O convite estendido aos diversos parceiros do território garantiu a diversidade de olhares e cuidados com e para as crianças. Saúde, educação,  literatura, cuidados, atenção plena e afetos, tudo contribuindo para os ingredientes para a produção do livro. Os esforços de articulação resultaram na reunião de um grupo diversificado de 61 pessoas, composto por parceiros novos e antigos, mães, professores e educadores, gestores locais, mediadores de leitura, agentes comunitários e interessados em geral.

Como mediador de leitura, ter um livro produzido por nós mostra que podemos escrever e fotografar, é um livro de acolhida, é um passo para tornar a região de Parelheiros leitora. Mobilizou um monte de gente e ver a comunidade envolvida, mostra a riqueza da região.
Rafael Simões, articulador e mediador de leitura da Biblioteca Comunitária Caminhos da Leitura

O grande desafio de realização do projeto se impôs antes mesmo de seu início: toda a formação havia sido idealizada para encontros presenciais, com a importância dos encontros e afetos sendo levada em conta nesse planejamento. Seriam oficinas de 4 horas, com momentos previstos para intervalos com os lanches deliciosos das Amaras (cozinha de alimentação saudável de Parelheiros), um varal para pendurar as produções das oficinas e todos trocarem coletivamente, abraços e olhos nos olhos. Com a chegada da pandemia no Brasil e as medidas de isolamento social  necessárias desde março de 2020, todo esse planejamento teve que ser readaptado para algo novo e imprevisível. A migração para o espaço virtual, conforme comenta a coordenadora Bel Santos Mayer, foi também a migração de todo um movimento cultural para esse ambiente. “Foi uma história que enfrentou dificuldades de conexão e falta de equipamentos. Nós tivemos que nos mobilizar para que todos pudessem ter acesso a celulares e computadores, senhas de Wi-Fi foram compartilhadas entre vizinhos, tivemos que aprender o que era link, como fechar microfone, como compartilhar imagens e textos na tela, readaptar aqueles encontros pensados em 4 horas para 2, considerando o excesso de tempo que ficamos diante das telas nesse período”.

Em Junho de 2020, iniciaram-se os encontros virtuais por meio da plataforma Zoom, sempre nas tardes das quintas-feiras.O desafio foi pensar como garantir a participação e envolvimento dos participantes nos encontros. Como pensar oficinas de fotografia à distância? Como interagir? Apesar dessas dúvidas, o grupo se envolveu de maneira tão inteira, tão intensa, e a energia compartilhada, os aprendizados, as trocas, cada produção feita, cada imagem e texto construído e compartilhado enriqueciam cada vez mais a trajetória. Foi perceptível a evolução de cada integrante, do coletivo, de cada envolvido. A internet e os equipamentos por muitas vezes falhavam, e mesmo “caindo” da sala, não houve desânimo e nem desistência.

Que oportunidade estar em tardes de quinta-feira, em plena pandemia, uma reviravolta na vida e no trabalho, estarmos sonhando, escrevendo, desenvolvendo outras habilidades e até mesmo aumentando nossas capacidades de conviver, ouvir e criar.
Eliane Luiz de Almeida Oliveira, educadora do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento – CPCD

Até dias atrás, a demonstração de amor vinha com abraços e beijos. De repente, nos dispersamos. As portas foram trancadas e nos deixamos aprisionar pelo medo e pela ansiedade. Chegaram as tardes de quintas feiras para o vazio dos corações serem preenchidos pelo3 afeto das mediações, pelo carinho das leituras poéticas, pelos olhares e sorrisos virtuais. E assim, as (re)descobertas surgiram. O amor resiste. Sempre resistirá.
Cida Jurado

Registro de um dos encontros, sempre realizados via Zoom

No decorrer do semestre, os encontros foram distribuídos em 26 oficinas sobre infância, literatura, fotografia e edição, contando com participações do escritor João Anzanello Carrascoza e da fotógrafa Juliana Monteiro Carrascoza, caracterizando uma ampla formação acerca do passo a passo de realização de um livro. De acordo com o participante Alef, o conjunto das oficinas o fez ampliar seu “leque no mundo da literatura”, o que reverbera nas observações de Val quando a coordenadora avalia que “o processo de edição dos livros, entender esse objeto e a importância de todos os processos e profissionais envolvidos, aprender a criar e entender o íntimo desse objeto foi maravilhoso”. Primeiramente, as coordenadoras apresentaram a proposta do cronograma de ação, distribuído em apresentação do projeto, oficinas de sensibilização, oficinas literárias, oficinas de fotografia, seleção de textos e fotos, oficinas de edição, edição do livro e impressão e montagem da exposição.

A sensibilização se estabeleceu com conversas introdutórias a respeito do universo da primeira infância; da importância da leitura e da experiência sensorial com livros para o desenvolvimento cognitivo, relacional e emotivo de bebês; das potências da leitura nas famílias na relação entre mães, pais, cuidadores e bebês.

Tais saberes consolidaram o reconhecimento da importância fundamental do projeto, o que reverbera nos depoimentos dos participantes:

Nascido e criado em Parelheiros, vejo que o Nascidos é uma porta para que nossos bebês possam ter mais incentivos a leitura literária desde a tenra idade, desenvolvendo sua prática leitora e sua amplitude de possibilidades de crescimento como pessoa e membro da sociedade.
Rafael Simões

Sou moradora e mãe mobilizadora da minha comunidade, e o projeto Nascidos para Ler só veio pra somar e fortalecer a nossa causa que é transformar Parelheiros o melhor lugar para nascer, crescer e viver.
Thais Aparecida Jesus Pinheiro de Oliveira, gestora local e Mãe mobilizadora do Ibeac

Olhamos para Parelheiros desde a barriga, olhando para a mãe, cuidando, acolhendo. Recebendo os bebês com carinho, afeto e bem viver. Trazendo a literatura como uma teia que vai costurando e compartilhando as histórias, que chega nas casas das famílias, que vai para as ruas, equipamentos educacionais e de saúde, que integra as ações desenvolvidas e afeta a todes. A relação do Nascidos com Parelheiros é um casamento perfeito, literatura permeando as histórias, pessoas contando suas histórias a partir da literatura, as crianças nascidas já com seu primeiro livro, com a oportunidade de garantir o seu direito humano ao livro, à leitura, à fantasia, às histórias.
Valdirene Rocha

As Mães Mobilizadoras levam livros e contam histórias para mães e crianças em suas casas, na maternidade e pelas ruas nos 6 bairros. Literatura permeia esse território. Ter o primeiro livro do bebê construído com moradores dos bairros que produziram fotos locais e texto, valoriza seus moradores e ressignifica a leitura em Parelheiros.
Vera Lion, coordenadora Ibeac, socióloga e doutora em Serviço Social.

O projeto Nascidos para ler veio para fortalecer o que já acreditamos sobre cuidado e proteção com os pequenos, além de incentivar, promover e garantir o acesso ao livro e ao direito humano.
Ketlin Santos, mediadora de leitura e gestora da Biblioteca Comunitária Caminhos da Leitura, sistematizadora do projeto Entre Redes da RNBC e integrante no grupo de trabalho de comunicação da Rede Literasampa.

Segundo Evélio Cabrejo Parra, ‘Para compreender quais são as competências naturais, a linguagem é uma maneira interessante de começar, porque um bebê chega ao mundo com uma capacidade de percepção auditiva muito, muito desenvolvida. O bebê ainda não fala, mas escuta, escuta, escuta! É um músico em estado puro, então temos que dar a ele algo musical e, precisamente, a voz humana é uma das primeiras coisas que o bebê aprende a ler e a interpretar. O bebê é muito sensível à modulação da voz, à música da voz. Por isso devemos falar muito com um bebê, como se ele compreendesse, porque ele é muito sensível à musicalidade da voz, e começa a juntar informações acústicas que vai armazenar em algum lugar e que mais tarde irá reutilizar para emergir lentamente como sujeito enunciador.’ Falar da leitura na primeira infância é falar de nutrição. Nutrição de afeto que o ato da leitura e a palavra produzem.
Dolores Prades

Após os encontros introdutórios, o escritor João Anzanello Carrascoza mediou oficinas literárias no decorrer de cinco encontros extremamente transformadores e produtivos, compartilhando referências e saberes a respeito das categorias da escrita literária, do conto ao microconto, permeando sempre os temas relacionados à ideia de nascimento e promovendo propostas práticas para os participantes se aventurarem em suas próprias criações textuais. Encontros, como João caracterizou, em direção “à palavra de si mesmo”, como uma busca que permeia nossas vidas como um todo.

Nascidos para ler no melhor lugar para se viver é um projeto de felicidade. Vocês querem, nós queremos que a felicidade chegue desde cedo na vida das crianças. Nascemos para o êxtase. Quanta felicidade nestes nossos encontros!
João Carrascoza

Pela primeira vez em minha vida tive a oportunidade de ter um mestre para diferenciar com riqueza de detalhes o que é conto, miniconto e microconto. Estou muito feliz em fazer parte deste grupo.
Ana Paula Carvalho

Cheguei sozinha. Saí rodeada de gente e de muitas ideias. Me vi fruto de um processo afetivo. Sou muito grata a todos por isso.
Isamara de Gôuvea

É uma oportunidade incrível poder escrever algo de mim em conto, poesia. É uma aprendizagem significativa, que está contribuindo para o projeto e para minha formação.
Silvia Chagas

Processo de aprendizagem, de troca, de beleza. Me sinto contemplada e feliz. Aprendi a amar conto com Carrascoza. Foi um presente.
Cleide Nunes

A leitura é um ato clandestino, então a escritura também é. Estava nas mãos deles, de deixar de ser clandestina para se tornar visível. Foi uma viagem esplendorosa que vocês me proporcionaram.
João Carrascoza

Ô saudades, que saudade de você, minha infância querida, das nossas brincadeiras e amizades divertidas. Busco um acalanto para as memórias não vividas do pique-esconde ao pega-pega, da bolinha de gude ao pipa, das broncas das vizinhas, dos fins de tarde vindo da escola, do brincar de professora e jogar futebol, dos conselhos de minha mãe e do beijo para curar a ferida. Cheiro alegre que sinto do salgadinho e das latas de bolachas açucaradas, das ruas movimentadas com som alto e a correria da molecada, momentos mágicos em que a preocupação era apenas ser feliz.
Sidineia Chagas, articuladora e mediadora de leitura da Biblioteca Comunitária Caminhos da Leitura

Na sequência, foi Juliana Monteiro Carrascoza que assumiu o posto de mediadora para outros cinco encontros – igualmente inesquecíveis – voltados para o universo da fotografia, em que novamente os participantes foram convidados a realizar experimentações práticas. Com um olhar extremamente sensível, Juliana proporcionou belíssimas interlocuções entre uma rica seleção de referências de seu repertório e as produções surpreendentes desenvolvidas pelos participantes, que foram convidados a registrar objetos do cotidiano, as poéticas de seus respectivos entornos e autorretratos diversos. Um processo de sensibilização para as possibilidades da fotografia que resultou em produções visuais extremamente tocantes, sendo que as propostas finais foram cada vez mais apontando para o foco no universo da gestação, da parentalidade e dos bebês.

Não existe maneira mais bonita de fotografar um bebê se não for se entregando a ele. O meu papel era treiná-los para essa entrega, é o bebê que te oferece a foto, não é você que faz a foto. A foto vem da experiência, desse trocar, e se você não está presente talvez passe despercebido.
Juliana Monteiro Carrascoza

Acredito que foi uma experiência única, tirar fotos deixou de ser apenas tirar fotos depois dessas oficinas. Colocar mais sentimentos nas fotos e poder exercitar nossa escrita ao mesmo tempo fez com que nós abríssemos mais ainda nossa mente pra fotografia e para a literatura.
Alef de Paula Santos

Processo longo e produtivo. Fomos convidados pra agregar. Criei vários MDIs (Maneiras Diferentes e Inovadoras) para preparar cenários para as fotos. Gostei muito do processo.
Wender Gomes, agente de desenvolvimento do CPCD
“Foto-grafar” é um modo de compor, de transpor, de ler o momento que se tem . Autorretrato é também um modo de autoafeto. É perceber-se na descoberta do não mostrado e absorver a beleza que se inventa. Fotografar é um pouco como lapidar.
Cida Jurado

Compartilhar a vivência, as fotografias, aprender que a fotografia é poesia, é literatura. Ela fez as pessoas enxergar pra além da luz do sol e sim sua própria, se enxergar dentro deste corpo.
Silvani Chagas

Gostei da diversidade. Gostei de ver “o texto” de cada foto. Como cada imagem provoca sentimentos e diferentes leituras do fotógrafo, da luz, de sentimentos, de arte…
Vera Lion

Juliana compartilhando um dos autorretratos produzidos a partir de suas propostas

Pela fotografia, outras pessoas podem saber como olhamos para o mundo e um pouco do que há dentro de nós.
Juliana Monteiro Carrascoza

Foram oficinas, conforme observou a coordenadora Dolores Prades, marcadas por processos de “sensibilização para olhar o mundo, com referenciais do mais alto nível”. A importância das oficinas transparece nas impressões compartilhadas pelos participantes, como as seguintes:

Cada detalhe pensado, cada encontro e retorno do produzido incentivou cada participante a não ter medo de colocar suas ideias no papel, experimentar, sonhar. Os textos trazidos por João eram de uma sutileza e profundidade muito grande. Juliana com tantas referências, tanta história e seu olhar generoso…
Valdirene Rocha

Foi um respiro. Estava desanimada e sem empolgação e os encontros com Juliana e João mexeram muito comigo, me motivou, me deu muita euforia. Comecei a tirar foto de tudo, conheci novos artistas, outros escritores.. Foi muito prazeroso, significante. Aqui em casa agora parece um ateliê, tenho fotografia por todo lado. Ter feito este livro nesse momento de pandemia, com este grupo, foi muito significativo.
Bianca Donata, atriz e educadora, CPCD

As oficinas serão experiências que levarei para a vida… foram momentos maravilhosos e de grandes ensinamentos e vivências!
Jessica Albino de Macedo, professora Ed. Infantil no CEI Paulinoeva

Maravilhosas, foram didáticas, poéticas, sensíveis, técnicas e com uma metodologia acessível para reprodução.
Flávia Kolchraiber, gestora de projetos Ibeac

Quando a Ju me deu a devolutiva da foto que tirei, chorei, pois ela enxergou o que eu quis dizer, mesmo eu achando que tinha feito errado. Fiquei muito tocada, foi muito forte. Participar desse projeto foi mais do que um presente, foi uma lição de vida, de saber olhar para as coisas que a gente olha de qualquer jeito, mudar o olhar e passar a olhar com outros olhos e entender melhor aquilo que a gente está vendo.
Dilza Souza de Santana, Mãe Mobilizadora, IBEAC e CPCD

O conjunto dessas duas formações complementares provocou potentes trânsitos nas relações entre textos e imagens e resultou em um admirável e diverso acervo de materiais produzidos pelo grupo, inclusive acendendo o interesse de muitos dos participantes em aprofundar suas investigações nessas áreas de atuação. “Um grupo que não tinha escritores, agora tem”, conta Bel.

A temática foi gradualmente se afunilando para o universo da infância e dos bebês, em direção à proposta do livro final, com os participantes sendo cada vez mais convidados a refletir e registrar as crianças de seu entorno. Uma trajetória sempre revestida de muita poesia, conforme a provocação de Juliana Carrascoza: “não se trata de fotografar a criança, mas de se fotografar por meio da criança”.

O processo transitou com muita fluidez entre o individual e o coletivo, pois, por mais que as produções fossem realizadas fora do momento dos encontros, o posterior compartilhamento e reverberações dessas trocas instaurou uma experiência muito colaborativa, conforme comenta Dolores a respeito do que considerou mais marcante nas oficinas: “o caráter coletivo de todo o processo, o desenvolvimento do olhar crítico, os instrumentos de análise literária e da imagem adquiridos ao longo das oficinas, o envolvimento de todas e todos”.

Nunca imaginei que poderia ser capaz de tal coisa, e me vi amando todo esse processo de elaborar e principalmente de ler e acompanhar a produção de cada um no grupo.
Jessica Albino de Macedo

As produções perpassam pela escrita e fotografia, eu só não esperava que chegaria em um autocuidado e conhecimento comigo mesma.
Ketlin Santos

Apesar de não conseguir contribuir muito com as produções, o pouco que eu consegui realizar foi importante para meu aprendizado, principalmente o retorno da equipe. E era muito legal observar as  produções do coletivo e ouvir o desenvolvimento de cada uma.
Nathaly Xavier Domingues, professora de educação infantil no CEI Paulino Eva

Consegui produzir pouco, mas o pouco foi maravilhoso, a proposta, o fazer e ver como todos nós somos capaz de escrever, fazer belas fotos, entender o processo de uma editora.
Laniela Feitosa

Transformação, uma nova forma de olhar para si e para o outro através da fotografia e escrita.
Lucimara Souza Oliveira Santos, professora de educação infantil, CEI Paulino Eva

Esse livro chega em uma hora necessária pra gente, para alegrar o coração, num momento que a gente sempre acha que podia ter feito mais. Ter esse selo de qualidade de que a gente tá investindo na primeira infância com excelência é acreditar que a gente realmente pode fazer um mundo diferente, transformar e principalmente fazer transformações.
Flávia Kolchraiber

Paralelamente às trocas coletivas, uma equipe do Instituto Emília, composta por Ana Carolina Carvalho, Anita Prades, Bárbara Passos, Helô Pacheco, Irene Monteiro e Mayumi Okuyama, se organizou para dedicar um olhar atento e individual sobre as produções realizadas, com devolutivas, comentários e sugestões para cada um dos textos apresentados, na busca por diálogos construtivos para os diversos processos criativos, tanto em escrita quanto em fotografia.

Ler é um espaço precioso de encontro com o outro. A possibilidade de ler e ainda dialogar com a autora ou autor de um texto me parece um privilégio enorme, que possibilita uma partilha criativa muito direta e potente. Para mim, mergulhar e trocar sobre as produções realizadas foi um aprendizado maravilhoso e tenho muito a agradecer aos participantes pela generosidade em abrirem suas criações para esse movimento de pensar em conjunto.
Anita Prades, equipe do Instituto Emília

Nesse movimento tornou-se visível a qualidade literária e imagética criada pelo grupo. Tive a felicidade de produzir textos e fotos e de ser interlocutora das produções do grupo, em que a cumplicidade foi se construindo num compartilhamento de texto, imagem e vida, chegando ao ponto do grupo todo editar as produções colaborativamente. 
Helô Pacheco, equipe do Instituto Emília

Durante os encontros, foram muitos os momentos de trocas e aprendizagens transformadoras. De mãos dadas, pelas janelas virtuais, sentimos olhares acolhedores e vibramos por meio de falas sensíveis, leituras emocionantes e conversas arrebatadoras. Agradeço por ter a oportunidade de sonhar com vocês. E que sempre seja tempo de nascer e renascer do amor em comunidade.
Bárbara Passos, equipe do Instituto Emília

Essa oportunidade de dar continuidade às produções sobre os textos e fotografias produzidos, de usufruir de leituras comentadas, foi algo que proporcionou o aprofundamento na experiência e marcou os depoimentos posteriores dos participantes:

Riquíssimo esse retorno, a troca de vivências , as correções e valorizações dos feitos de todas faz com que nos tornemos uma só família/equipe.
Lucimara Souza Oliveira Santos

Atenciosos e pacientes, sabendo a dosagem certa para nos mantermos motivados e criativos.
Bianca Donata

As revisões foram de uma doçura que incentivava a produzir mais e mais. A delicadeza em mostrar onde podíamos melhorar foi estimulante.
Dilza Souza de Santana

Necessário, ter esse olhar dos profissionais para os textos, as devolutivas de revisão e sugestões, abriram nossa visão em relação aos textos que elaboramos. As escolhas das fotografias foram de uma sensibilidade enorme, além de terem concluído com uma escolha linda, as partilhas com o coletivo para terem a opinião de todos foi algo muito sensível para essa construção de um livro que de fato é de todos, realizado com todos, claro, com o cuidado de uma entrega maravilhosa.
Ketlin Santos

Com a experiência das oficinas de João e Juliana reverberando sempre nos encontros seguintes, as coordenadoras seguiram elaborando propostas de exercícios de produção textual e visual voltada para o universo da primeira infância, na medida em que se seguiram avaliações coletivas do processo; conversas a respeito do processo de edição de livros, com Dolores Prades compartilhando sua experiência nessa área; leituras compartilhadas de livros infantis e reflexões sobre a literatura e suas potências; além de uma apresentação por parte da designer Mayumi Okuyama esclarecendo alguns dos conceitos-chave para o desenvolvimento do projeto gráfico do livro, pelo qual foi responsável. Em um dos encontros, o grupo também teve a oportunidade de receber Daniela Padilha, editora da Jujuba, para conversar sobre sua pesquisa “Livro e literatura: colo, sustentação e vínculo”, desenvolvida com as Mães Mobilizadoras do Centro de Excelência em Primeira Infância de Parelheiros.

Em meados de novembro de 2020, completando-se quase os nove meses de uma gestação, o conjunto das produções foi apresentado a um grupo de agentes do universo do livro para uma tarde dedicada à seleção dos textos e imagens especificamente para o livro a ser distribuído para os bebês de Parelheiros. Esse encontro contou com a presença dos convidados Alexandre Ferreira, Ana Brêtas, Andreia Prestes, Angela Dannemann, Bruna Elage, Cláudia Vidigal, Denise Guilherme, Janine Durand, João Anzanello Carrascoza, Juliana Monteiro Carrascoza, Juliana Navarro Torres Junqueira, Márcia Licá, Maria das Graças Barreto da Silva, Neide de Almeida e Vera Lion.

Foi um desafio optar por alguns textos em detrimento de outros diante de uma produção tão prolífica e repleta de encantamento. Porém, algo que ficou muito evidente no caminho de materialização do livro é o quanto ele é apenas a ponta de uma tessitura embrenhada de múltiplas histórias e memórias. Além do livro, o Nascidos também traz consigo uma exposição denominada “Nós por nós”, em que as produções que não entraram no livro poderão ser conferidas e compartilhadas.

Com a definição dos textos e imagens a serem incluídos, o livro então entrou em processo de edição pelas coordenadoras e a equipe do Instituto Emília, contando com a identidade visual proposta, com cuidado e maestria, por Mayumi Okuyama. Em 25 de fevereiro de 2021, o grupo do Nascidos para ler voltou a se encontrar para uma emocionante apresentação da versão preliminar virtual do livro. A alegria de chegar nessa etapa se faz presente nas palavras dos participantes a respeito do livro:

Eu estou até emocionada, tão lindo. Tantos anos morando aqui e nunca um livro pra representar o nosso espaço, a primeira infância. Muitos de nós não tem registros, fotos nossas de quando éramos pequenos. Ver esse livro, mostrar tanto carinho, tanto amor num livro, as fotos das crianças, ter momentos de conhecer fases, textos lindos criados, textos que não entraram aqui, mas futuramente estarão em outros livros. Isso mostra o quanto a gente é capaz.
Marcela de Jesus

Lindoooooo, emocionante, cuidadoso, representativo. Olhamos (eu, Bel e Dolores) muitas vezes e cada vez é uma emoção diferente e um orgulho de poder entregar às nossas essa obra de arte feita por tantas mãos repleta de afeto. O processo de curadoria, de pensar se os textos e as imagens dialogavam, se o que pensamos no início, como a diversidade, por exemplo, estava contemplada. Cada olhar minucioso e atencioso, para não esquecer de ninguém, para trazer a voz de todas as pessoas envolvidas. Não vejo a hora de tocar, cheirar, abrir, manusear o livro impresso.
Valdirene Rocha

Para mim…um sucesso, acompanhado de muita perseverança e esforço incansável.
Graziela de Souza Rodrigues

É muita emoção, é um livro que é resultado de uma ousadia misturada com resistência, com resiliência, mas mais do que tudo com muito amor porque eu acho que as crianças, essas carinhas todas e os textos tão lindos e tão inspirados, acho que vem muito do cuidado, do amor. Realmente aquece o coração, é colo, isso tudo que Bel falou é casa, é quilombo, é vida, num momento em que a gente precisa apostar na vida.
Vera Lion

Não tenho palavras, cada verso, cada fotografia, cada página visto, foi mágico! Fico imaginando como será ao ver de forma física, tocando, sentindo o cheirinho de livro novo… vai ser incrível!
Jessica Albino de Macedo

Inexplicável, ficou muito lindo, de uma leveza e beleza inclusive.
Danilo Jesus Pereira

No meio das angústias, esse livro é um desafogo, um renascimento, e dá vontade de compartilhar com o mundo. Um motivo de muita alegria e muito orgulho para cada uma das mães que receber esse livro.
Dilza Souza de Santana

No dia 10 de junho de 2021, foi realizado um evento online de lançamento do livro Nascidos para ler no melhor lugar para se viver, com uma roda de bate-papo online das 18h às 22h a respeito do conceito de nutrição literária e com diversos relatos das pessoas envolvidas no processo, realizada pelo Sesc Interlagos por meio da plataforma Zoom. Relatos das coordenadoras, de Angela Dannemann, de João e Juliana Carrascoza, dos participantes Rafael Simões, Laniela Feitosa e Dilza Souza convidaram o público presente a partilhar dessa emoção conjunta.

Nesse momento, a maioria dos participantes já recebeu seus exemplares em mãos, e agora o livro está prestes a alcançar as pequeninas mãozinhas dos recém-nascidos de Parelheiros. São aproximadamente 400 bebês que chegam ao mundo por mês na maternidade de Interlagos. Esse momento tem sido marcado pela profunda satisfação pelo percurso trilhado e o espaço que se abre para os novos caminhos que essa bela obra, construída a tantas mãos, pode conquistar.

As páginas de guarda impressionam. São fotografias aéreas de Parelheiros. Vemos muito verde, uma represa, muitos telhados cinzas, ruas de terra. Estamos em uma periferia. Periferia? Que nada, estamos no centro. No seio de uma comunidade, na acepção do que essa expressão significa. Qualidade do que é comum, que pertence a todos; paridade; comunhão, identidade. Está tudo ali. Cada canto naquela fotografia área está nomeado, evidenciando os lugares de ler naquele bairro. Casas de histórias, territórios abraçados, bibliotecas, ruas adotadas, hortas comunitárias, maternidade, casa do meio do caminho, cozinha de alimentação saudável, entre outros. Olha as palavras escolhidas para nomear cada lugar de leitura. Quanto elas nos contam sobre o que é ser uma comunidade. E então, o mapa vai nos revelando o que pode ser o melhor lugar para viver. Certamente é onde nos sentimos acolhidos. Como o bebê da capa e como todos os outros que vêm sem seguida. Nas fotografias em preto e branco e nos textos singelos e poéticos que refletem o olhar delicado para aquele que chega ao mundo, querendo saber onde veio parar, desejando conhecer tudo. Com todo o direito que qualquer ser humano tem quando nasce: o direito ao afeto, acolhimento, atenção, cuidado, calor e poesia, literatura e o direito de poder ocupar o lugar de quem tem a palavra: lida, escrita e compartilhada. Lugar no mundo da escrita, lugar de fala e de escuta. Lugar no mundo. Ao final, as últimas guardas retomam as imagens aéreas. Estão ali novamente o verde, a ruas de terra, os telhados cinzas. Só que ainda mais encarnado: estão ali as pessoas que fazem aquele lugar se tornar uma comunidade e que acolhem com poesia e histórias os que chegam naquele mundo. As legendas nos mostram que em cada pedacinho daquele bairro há pessoas que leem para as crianças em Parelheiros: médicos(as), mães mobilizadoras, irmãos, pais, enfermeiros(as), mediadores(as) de leitura, educadores(as), jovens articuladores, cozinheiras (os), escritoras (es), agentes comunitários(as), produtores orgânicos. O mundo todo está precisando ser um lugar melhor para se viver. Nascidos para ler no melhor lugar para se viver pode ser um dos espelhos para todo o mundo se mirar.
Ana Carolina Carvalho, equipe do Instituto Emília

Que a distribuição do livro alcance o mundo, que ultrapasse as fronteiras, que todas as crianças e família tenham acesso e conheçam esse material e que continuemos  escrevendo, registrando e ofertando ao mundo o cuidado com os bebês, as crianças, mães, cuidadoras, jovens.
Ketlin Santos

A chegada desse livro é um incentivo para todas as ações. O texto é do coletivo, todo mundo se vendo, participando, contribuindo.
Laniela Feitosa

A gente pode escrever, pode tirar foto, pode criar, fazer, falar, sentir, festejar, se emocionar e agradecer. Então, eu tô muito feliz de ver esse processo e que a gente pode muito ainda e que a gente possa fazer muito mais.
Wender Gomes

Projeto onde o amor nasce, reside e resiste. Projeto que acolhe, impulsiona, transforma. Projeto que faz nossos olhos brilharem e corações vibrarem vida, vida, vida.
Bárbara Passos, equipe do Instituto Emília

O Ibeac está desenvolvendo um planejamento para monitorar a chegada dos livros nas mãos das famílias,
investigando como essas obras afetam e fazem parte das histórias da população de Parelheiros. As parcerias seguem sendo articuladas para a elaboração de um acompanhamento longitudinal, com questionários, oficinas e mediações como formas possíveis de monitorar o lugar ocupado pela literatura e a imagem na vida dessas crianças.

Momento de grande aprendizado humano, onde questões como coletivo,  compartilhamento, troca, rede, afeto, beleza tomaram corpo e se materializaram neste livro lindo.
Dolores Prades

A conquista de aprendizagens e transformações que essa caminhada significou para o grupo transparece no balanço realizado por Bel Santos Mayer no evento de lançamento: A gente aprendeu que pode sim ser autor das próprias histórias, que conseguimos nos juntar para coisas bonitas mesmo em tempos de catástrofes, que a gente pode ousar dentro daquilo que já existe (Nati per leggere). A gente aprendeu como se faz para organizar um livro

Nesta história que apenas se inicia, e que evidencia a nutrição de afeto que a literatura proporciona, é com enorme emoção envolvida, e em nome de todos os participantes e sonhadores do projeto Nascidos para ler, que registramos aqui nossos profundos agradecimentos.2Por enquanto, o livro Nascidos para ler no melhor lugar para se viver está sendo distribuído apenas para a comunidade envolvida na projeto, sem tiragens para comercialização. Em breve, divulgaremos as novidades nesse sentido.

Notas

  • 1
    Título inspirado em frase de João Carrascoza, compartilhada durante o evento de lançamento do livro Nascidos para ler no melhor lugar para se viver.
  • 2
    Por enquanto, o livro Nascidos para ler no melhor lugar para se viver está sendo distribuído apenas para a comunidade envolvida na projeto, sem tiragens para comercialização. Em breve, divulgaremos as novidades nesse sentido.

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Autores

  • Anita Prades

    Ilustradora, designer e atriz. Mestre pelo Instituto de Artes da Unesp. Ilustrou os livros Alberta e o pássaro azul (Terceiro Nome), de Cristina Mutarelli; Fábulas de La Fontaine (Melhoramentos), de Fernanda Lopes de Almeida; Cadê o Pintinho e Os incomodados que se mudem (Pulo do Gato), ambos de autoria de Márcia Leite; dentre outros. Autora do livro Fio de Rio (LIVRE/ Selo Emília). Membro da equipe editorial da Revista e do Selo Emília.

  • Valdirene Rocha

    Atriz e Artista Plástica, diretora e produtora da Cia Teatral Artemanha há 20 anos. Mediadora de leitura, educadora social, integrante da Rede de Leitura LiteraSampa e gestora de projetos no Ibeac (Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário). Participa do projeto de incentivo à leitura literária há mais de 15 anos, realizando formação para educadores, professores e jovens e acompanhamento das ações de leitura com crianças, jovens e educadores. Há 7 anos no Ibeac desenvolvendo projetos com foco no cuidado, afeto e prevenção da violência contra crianças pequenas e mães, gestantes e cuidadores na região de Parelheiros, além das ações de literatura na Biblioteca Comunitária Caminhos da Leitura. Participou da escrita de 3 livros: “Expedição Leitura: tesouros das bibliotecas comunitárias no Brasil”, “Ruas adotadas, territórios abraçados” e “Nascidos para ler, no melhor lugar pra se nascer” e um artigo para a revista “Sampa Mundi”.

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